A Revolução Chinesa de 1949 inaugurou os conflitos atuais envolvendo a região do Tibet. A instalação do movimento liderado por Mao Tsé-Tung, buscou reorganizar os costumes e tradições tibetanas em favor dos princípios ideológicos do comunismo maoísta. Em 1951, a assinatura do Acordo dos 17 Pontos, definindo as relações entre China e Tibet, parecia direcionar as questões políticas para uma solução diplomática. No entanto, a orientação militar ofensiva da China arrastou este problema por mais de meio século, tornando a autonomia política do Tibet uma verdadeira incógnita.
Ao longo da História, a região do Tibet sofreu com a ocupação de diversos povos e impérios. Na dinastia sino-mongol Yuan (1279-1368), estabelecida pelos reis guerreiros Gengis Khan e Kublai Khan, firmaram-se acordos para que a autonomia política da região fosse preservada. Depois de manter relações mornas com a dinastia Ming (1386-1644), o Tibet contou com a proteção militar chinesa desde a ascensão do culto budista na dinastia Quing (1644-1911).
Em 1963, tendo oficialmente ganhado o status de Região Autônoma, o Tibet ainda viveu outras situações de conflito com a China. No fim dos anos de 1980, o massacre na Praça da Paz Celestial e a entrega do prêmio Nobel da Paz ao Dalai-Lama fizeram com que a questão da autonomia do Tibet tivesse repercussão internacional. Entretanto, desde a década de 1990, a China tenta justificar a ocupação ao território devido o crescimento econômico oferecido à região nos últimos dez anos e à presença massiva de chineses da etnia han no local.
No decorrer da política opressiva dos chineses, vários tibetanos passaram a buscar o exílio. Cerca de 120 mil tibetanos vivem em países estrangeiros, sendo que a grande maioria encontra-se em território indiano. As autoridades políticas do Tibet também vivem em situação de exílio. O chamado “governo no exílio” conta com três poderes e tem sua sede fixada na cidade de Dharamshala, região norte da Índia.
A situação do Tibet abarca um confronto de perspectivas contrárias entre autoridades tibetanas e chinesas. Por um lado as autoridades chinesas reivindicam sua intervenção pelo progresso e benefícios materiais concedidos ao Tibet. Em contrapartida, os líderes tibetanos temem que a inflexibilidade política chinesa ameace as tradições religiosas e a liberdade do povo tibetano.
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